sexta-feira, 30 de julho de 2010

Sina


O que me aquece,
Desfalece,
E após se acresce,
Com o que restou.

Musicas,
Claves cada vez mais agudas,
Musicas,
Ao samba chorado surge a minha dor.

Eu peço,
Devolva-me o que restou de você,
Devolva a minha dor...
Não é porque rima com amor,
Mas é que esta é mesmo a minha sina.

Tudo vazio,
E eu com o meu frio,
Escuto as minhas tardes...
Pra que vergonha oh Deus,
De se apaixonar?
Não há culpa.
É apenas minha sina.

L.H.Figueiredo

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Letal


Você pode me ouvir?
Tente.
Onde estou mora um lago, mora um frio.
Abafado ou escuro.
Quero que se aproximem.
Sintam-se capazes de me ouvir.

Pode me ouvir, Deus?
Eu tento.

As primeiras manchas dessa tarde são destinadas.
Cada tarde tem uma mancha dedicada.
Espero uma que não se sinta comprometida.
Controlo-me.
Mas as noites, os dentes e as estações insistem em me equilibrar em seus vazios.

Quando haverá manhãs?
Hoje ninguém sabe.
Continuo buscando vozes
Essas que vêm à noite
Também quero que se aproximem.
Sem nem mesmo saber seus nomes, eu tento.
Desvio-me e me aproximo.

Não a temo
Quero. Cada segundo, cada chão.
Eu amo a querida...
Noite.

L. H. Figueiredo

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Coisas que não passam despercebidas

O maior elogio que eu recebi nos últimos tempos:
_ Você é um bom amigo!
O maior de toda minha vida:
_Eu te odeio muito, mas você é um cara bom. Isso é massa.

A maior ofensa que recebi nos últimos tempos:
_Se você soubesse o que eu sinto por você não estaria do meu lado.
A maior de toda minha vida:
_Quando souberem quem você é, ninguém ficará do seu lado!

A coisa mais estimulante que escutei nos últimos tempos:
_Seu poder de concentração é muito baixo.
A mais estimulante da minha vida:
_Pra quê cobrar tanto de você? Aonde você quer chegar? O que você tem já é o suficiente pra passar em qualquer coisa.

A coisa mais bonita que disseram sobre mim nos últimos tempos:
_Pra mim ele era o perfeito da sala que suportava tudo e tentava fazer o melhor por aquilo, hoje eu descobri que ele é humano. Ele me surpreende a cada dia.
A mais bonita que disseram sobre mim:
_Você é poesia e eu amo poesia por isso é que eu amo você.

A coisa mais triste que eu ouvi nos últimos tempos:
_Que pergunta é essa? É claro que eu amei você. Mas hoje eu estou com ele e gosto muito dele e nós vamos continuar juntos.
A mais triste que eu escutei na vida:
_Despeça-se dele todo dia, porque a gente não sabe a hora que ele vai embora.

A coisa mais bonita que eu ouvi nos últimos tempos:
_Depois que eu fiquei com você, eu não vejo graça em ninguém mais.
A mais bonita que ouvi na vida:
Tanta coisa, não sei.

A mais interessante que me disseram nos últimos tempos:
_Conhecer você... é tudo tão triste! Você não cansa?
A mais interessante que ouvi na vida:
_ Querer é poder.

As maiores mentiras que escutei na vida:
Com 12 anos você cresce... Com 14, você espicha pode ficar calmo... Sem duvida aos 17 você vai crescer de uma vez...

Algumas coisas não passam despercebidas.

Lucas Henrique Figueiredo

sexta-feira, 16 de julho de 2010

O meu coaxar no universo


E há claridade...
E há coaxar...
E há... eu... há... não há.

Desejos... controle,
Equilíbrio?
Há ar... onde está?
Eu o perco em meus minutos,
meus segundos eternos que... há.

Há tanta coisa que há!
Espinhos, verde... ar. Meu coaxar?
Intensidade, que faz a dor remanejar.
Dor de não haver tudo que há.
Não a mim, não ao meu coaxar.

Tudo que há... para quem?
Não a mim. O que resta é a intensidade.
A intensidade que há.
E a dor que me...

Ao remanejar,
Essa dor que há.
Com tudo que não há a mim, mas há...
Faz-se presente o meu coaxar.
Alguém o escuta?

Lucas H. Figueiredo

terça-feira, 13 de julho de 2010

Sorriso eterno


Olha moço,
Já é hora de dormir.
Hoje andei ao seu lado, parece.
Acordei chamando por você.
Fiquei em perigo e te chamei duas vezes,
O que não é muito comum
Já que eu me esqueço facilmente das coisas.

Olha moço,
Eu te quero imensamente ao meu lado agora.
Até inveja às vezes eu sinto por você.
Algumas pessoas estiveram em perigo comigo
Porém elas tinham alguém para olhar por elas,
Mas eu estava sem você ao meu lado.

Olha moço,
Eu te amei sim, e muito,
Porém tudo foi tão rápido,
E eu te perdi tão rápido!
Eu fechei os olhos para não chorar,
E quando abri estava sem você.
Aí eu descobri que eu devo sim,
Chorar sempre que quiser,
Porque prender os sentimentos não vale à pena
Já que o tempo é curto, e as pessoas não duram para sempre.

Olha moço,
Eu nem sei bem como me expressar ao seu lado,
Ou como eu tenho que falar com você.
(Nós somos íntimos afinal?)
A verdade é que sinto sua falta agora,
E de seu sorriso ( principalmente o ultimo que você me deu ).
A verdade é que eu estou chorando por você agora.
E isso não é muito comum, eu já te superei, eu sei disso.

Não sei onde eu quero chegar.
Acho que vou imprimir uma copia disso,
Queimar, jogar aos ventos
E esperar que o vento leve essas palavras a você.
Não vejo outra teoria para conseguir te falar isso:
Eu te amarei para sempre, apesar de ser um sentimento omisso.
Eu espero que você me entenda.
E que entenda os meus atos, e o que eu me torno às vezes.
Saiba que o que eu faço hoje tem grande parte haver com você E que eu baseio meu futuro principalmente para ter o seu orgulho.
É só isso mesmo o que eu queria dizer.
Boa noite pai.
Até algum dia.

Lucas H. Figueiredo

domingo, 4 de julho de 2010

Um dos poetas e suas cadeiras

A ultima saída ficou presa em seus sonhos.
As cadeiras deixaram de ser de madeira,
Agora são azuis.
Os gatos sumiram,
Agora tudo mudou,
Todo mundo sabe, a tristeza que é uma saída perdida nos sonhos.
Afinal todos já perderam suas saídas uma vez.
São só saídas, e ele sabe.

Ela, ela, ela.
A saída?
Não.
Sua vida. A moça. Ela.
Deixe estar. Todos dizem. Mas, o que pode ser feito?
Agora as cadeiras ficaram azuis. E ninguém sabe o porquê.

Ele pensa em seus vidros quebrados.
Quem é ele?
Um dos gatos?
Não.
O poeta. Sofrido. Ele.
Ah... Que pena!


Lucas Henrique Figueiredo
Fevereiro de 2010

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Escuro momentâneo

Algo que domina sem sentir,
Tristeza que dói com futilidade,
Paixões decadentes ou francas,
Amores melancólicos e tardios.
Felicidades pequenas em copos d’água
O pequeno tempo de uma lagrima caindo
O pequeno tempo da tristeza de um espinho
Desejos controlados à base de dentes,
Reciprocidade será que é verdade?
Tudo errado na hora errada,
Tão errado como espinhos no dia dos namorados.
Nada se faz presente...
Eu e minha dádiva,
Só nós nesse escuro que brilha.

Lucas Henrique Figueiredo 01/06/2010