segunda-feira, 17 de maio de 2010

A vida e as peças

Não sei como dizer...
Olha, eu vivi grandes coisas,
Grandes dores, grandes perdas,
E infinitos ganhos também, porque afinal: o que é a vida se não um grande palco?
Algumas cenas nós aparecemos brilhantemente, até errar alguma fala,
Meu deus, e se sermos vaiados? Eu já fui. Já cai do palco, com todos os outros atores do meu lado. Sentamos no chão, em frente à todo o público, nos olhamos, tiramos nossas famosas mascaras, nos levantamos e, olhando para todos de cabeças erguidas, construímos um novo espetáculo. Ele está lindo, ele foi lindo em todos os instantes....
Haverá grandes espetáculos sempre. Alguns eu já terei perdido meus lindos companheiros de cena, mas, uma vez unidos por laços eternos, maternos, divinos, não sei bem, seremos sempre grandes atores, e nunca deixaremos de ser, por mais que às vezes queremos deixar. Olhem eles, olhe para mim. Eu já vivi grandes peças, tenho um fã-clube maravilhoso... hhihi..., que está lá nas primeiras carteiras mandando forças para que eu não erre nenhuma fala, mais que se eu errar, como muitas vezes acontece, eles sempre estarão lá, no final do espetáculo me parabenizando, dando-me forças para montar um novo espetáculo, e eles assistirão a todas as peças, é claro que metaforicamente porque existe o espaço e o tempo, e nosso fã-clube pode até parecer desmembrado, mas nunca estará....
Eu amo e amarei eternamente meus companheiros de cena, o meu fã clube, os meus espetáculos, os meus produtores.... Eu vivi intensas emoções sempre. O show nunca acabou. Nem nunca acabará. Sempre tentei fazer de meus erros passos de dança. Afinal: a vida é um grande palco.

Lucas Henrique Figueiredo

sábado, 15 de maio de 2010

Mais do que nunca ( feito em janeiro de 2010 )

Eu não quero deixar que seus olhos me devorem
Mas não tem jeito, eles insistem.
Você está em um lado de minha mente,
Eu procuro me adaptar a não olhar para esse lado,
Onde as arvores estão cada vez mais tristes e sem folha.
Minhas pernas bambas se partem a cada passo que eu sigo em direção a esse pedaço de mim.
Minha folha amarela,
Meu triste caminho frio,
Minha dor de cada melancolia,
Meu amor eterno,
você é tudo o que quero pensar,
você está lá, esperando por mim, naquela parte de onde eu tenho medo de prosseguir:
ilusão. Que dor! Quanta dor.... Amo você.

Lucas Henrique Figueiredo Janeiro de 2010

quinta-feira, 13 de maio de 2010

O cego e a bailarina

E o cego falou para a bailarina:
_Eu só tenho o meu coração pra te oferecer, mais nada.
A bailarina, poeta, sorriu, afinal, muitos já haviam oferecido seu coração.
Não deu certo.
O cego não andava direito, a bailarina deslizava,
O cego não via a beleza das roupas, a bailarina adorava se vestir para ser elogiada,
O cego nem se divertia direito, não divertia o quanto a bailarina fazia.
O cego tinha avisado, ela não escutou direito, pensou ser só mais um coração apaixonado entregue às cegas à sua vida. Mas não foi um coração entregue às cegas, e sim, de um apaixonado, desprovido de tantas outras dádivas, que realmente só tinha aquilo para oferecer para ela.
A bailarina foi em busca de novos corações, de pessoas sorridentes, que tinham muito mais a oferecer a ela do que um pobre coração invisível, de pessoas que poderiam proporcionar aventuras e mais aventuras, que elogiariam, a cada dia, a sua beleza e as suas roupas, de pessoas que tivessem uma visão perfeita, um olhar incandescente e sem inocência.
O cego ficou sozinho, à procura de mais pessoas cegas, que tivessem um coração tão grande quanto o seu, e que merecessem o imensurável escuro da alma belíssima que ele tinha para oferecer.

Lucas H. Figueiredo

domingo, 9 de maio de 2010

Mais herois, é claro

Como assim heróis?
São todos frageis.
Ninguem consegue ser perfeito.
Isso esteve estampado em meu rosto.
Pra mim, herois são só mais uns bobos que conseguem
se erguer diante de um problema. Mas são fracos.
são os mais fracos, e isso pra mim é fato.
Poxa, somos humanos, se fosse para sermos perfeições seriamos de outro planeta, ou de outro mundo.
Quem consegue ser tão humano quanto um poste, ou como uma pedra pode se sentir feliz, é um herói. São tristes, melodramaticos, infelizes.
Não quero ser um heroi. Não quero estar ao lado de um herói. Quero humanos ao meu lado.E, se vc é um, estou falando com você.

O fim do outono

Nunca tive um outono dividido em partes, boas e boas...
Há galhos secos, mas há folhas que insistem em não cair para não deixar secar minhas arvores.
Elas estão tão tristes, será que tais folhas conseguirão reviver os galhos perdidos?
Não sei. Nunca tive um outono dividido em duas partes.

domingo, 2 de maio de 2010

À você, meu bem.

Como o tempo passa,
As coisas mudam,
Eu aqui fazendo e pensando coisas que não foram pensadas antes.
Antes que eu chegue ao fim desse cometa,
Queria me apresentar novamente,
Não sei se falaria a verdade,
É que até eu tenho medo dela.
É engraçado, mas eu tenho medo,
Possessivo talvez? Ciumento?
Diálogos e mais diálogos poderiam resolver tudo,
Mas não há reciprocidade e eu consigo ver nos seus olhos.
É uma pena, mas se algo acontecer com esse coração de novo,
Não vou saber lidar mais.
O essencial é invisível aos olhos. Até algum dia.

Lucas Henrique Figueiredo

sábado, 1 de maio de 2010

Não mais outonos

Mesmo que por um breve instante
De um calor inimaginável
Meu inverno tomou cores
Logo após o pôr de um sol

Você me trouxe algo esquecido
Você era parte de um pensamento oculto
Eu te queria há algum tempo
Pra aflorar meu inverno
Para apagar a tristeza do outono

Eu queria sorrir quando pensei ter encontrado meu refugio
Mas nunca daria certo,
A inocência dos seus olhos me trás um brilho apagado
Na sua imensidão eu me escondo como um covarde...

Estou com você, meu lindo inverno,
Estou com você nesse escuro
Estou aqui para suportar suas dores quando houver alguma
Porque, você não sabe, mas, você suportou muito das minhas dores.

Hoje eu te vejo
Está linda,
Desejo-te uma incrível vida,
Incríveis amigos e amores,
Desejo-te o mundo,
Principalmente por que,
Você sabe: você me encanta.

Lucas Henrique Figueiredo