sábado, 11 de dezembro de 2010

Dei-me morfina

Acabaram-se as tarjas,
Preta, azul vermelha, amarela...
Acabou o dinheiro...
Acabou a poesia:
Passaram os cracks:
Cena 1, 2, 3, cena final...
Poesia não come mais ninguém,
O patrocínio acabou:
A burguesia se vendeu de vez,
Não bebem mais a pseudo-arte em pequenos goles!
Estão todos vendidos!
Minha arte foi pro saco, meu coração de tão imenso
Fez um eco, que dor, um eco, que dor: quanta dor!
Pelo menos não é necessário publicar porra nenhuma com nada,
Poesia é minha, e só, agora que acabou tudo.
Remédio é tomado com vodka que é misturada com vinho
Que é misturado comigo, com minha arte, com meu vazio cheio de porcarias passadas.


L H Figueiredo