domingo, 31 de outubro de 2010


Está passando o tempo
Estou perdendo o meu
Não dá pra roubar o de ninguém
Por isso dói

Meu campo de visão está esquálido
Meu peito pede um corpo quente
Pede dente
Pede emoção

Estou sendo engolido por minha poesia
Ela come o meu tempo
Não há nenhum santo insensível para me salvar

Já não sei mais escrever palavras com S SS ou Ç
Não lembro a formula de respiração
Os imperadores da historia antiga estão fazendo suruba
Os números só conseguem fazer poses para fotos
 O mapa mundi político canta um pop triste
A chuva lá fora dissolve minha sintaxe
Minhas equações químicas, desbalanceadas, me preparam um loló

Acabei de errar uma próclise
A poesia está me engolindo e o meu ponto final não chega nunca.
Esse pontinho de cima não é um ponto final.
Nem esse outro.

Quero mais dentes, línguas e musicas

Getulio Vargas está se suicidando em cima da cama que eu escrevo
Isaac Newton está lambendo o sangue
Números estão rodando
O estreito de Magalhães me levou ao Bósforo
Minhas lágrimas provocam as cheias do Nilo

Minhas poesia me come
Me inferniza
E me faz errar próclises.

L.H.Figueiredo

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Minha explicação

Entre meu olho e o seu
Há mil palavras soltas
Nenhum de nós consegue juntá-las
Então ficamos restritos a olhares.

L.H.Figueiredo

Meu chorinho numa noite de quinta

Vou pegar um trem
Vou me virar tão bem
E se eu não voltar
Não diga a ninguém
Que o meu grande segredo
Foi guardar todas as flores
Para outrem.

Em meus bolsos vazios
Há reflexos de gentes
Carregadas de prosa
Poema e poesia

Eu aqui busco dores
Para intensificar... meus pulsos
Intensificar... meus pulsos
Intensificar...
As minhas pulsações.

L.H.Figueiredo

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Secreto

Traguei seu beijo
Em uma musica

Sorvi seu cheiro
Em um campo de visão

Devorei seus olhos
Em uma pergunta
______________
Chorei; chorei.__

Não te tenho
Não te trago
Ai de minhas perguntas
Ai de seus embaraços

Eu quero.
Não trago.
Amei com os olhos.
E sorvi calado.

L. H. Figueiredo

sábado, 2 de outubro de 2010

chuvisco risco, coração


O cheirinho de garoa...
Uma noite de que nada....
Tudo tão pertinho...
E o coração indo... E vindo.

Coração, coração.
Tão pertinho...
Sinto um estranho,
Só pelo coração,
De menino na garoa.

Um chuvisco em minhas telhas,
Um arzinho perfumado de mato,
Coração indo e vindo...

Aiai...

Lucas. H. Figueiredo