sexta-feira, 23 de abril de 2010

Analgésico

É fim de tarde, as pessoas lá embaixo estão chegando do expediente, eu deveria estar no meio delas mas as coisas para mim não são como deveriam ser.

Era um dia comum, como a maioria dos últimos dias. O telefone tocou, eu sabia que era impossível mas, atendi ansioso e com esperança e, claro, não era ela. A realidade foi se apoderando cada vez mais de mim, junto à solidão, ao desespero e às lágrimas; não suportei, desliguei o telefone, os sentimentos falando mais alto, peças inocentes recebendo a minha raiva e o meu medo, resolvi fugir, abri a porta e subi até o décimo quarto andar, o ultimo, o andar dos desesperados, dos ignorantes, dos desgraçados.

É agora. Meus atos já não me pertencem mais. Nunca parei para pensar como os residentes do décimo quarto andar _ que para muitos era sinônimo de analgésico _ se sentiam. Agora eu sei. A cidade é pequena... muitos carros chegando... tudo irá continuar sem mim.Me sentirei melhor. Até daqui a pouco meu amor.


Lucas Henrique Figueiredo

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